sábado, 10 de maio de 2014

A DOR DA CESÁRIA

Texto escrito pela Enfª obstétrica e parteira Ninna Pinheiro, do RJ

Antes de pensarmos que a cesárea é indolor (e não é – só deixar passar o efeito da anestesia!), que tal avaliarmos quanto esse processo é doloroso para o bebê?


1. Bebê retirado antes do trabalho de parto ainda não tem seu pulmão amadurecido. Ainda está molhado e sem produção de surfactante (que só acontece no TP). respirar dói.

2. Bebê retirado antes do tempo, com pulmão molhado precisa de aspiração. Alguém parou para pensar que enfiar uma cânula do nariz à base pulmonar incomoda, dói pra caramba? Pois é. Dói pacas (pergunta para qualquer paciente de CTI que esteve entubado)!

3. Agora imagina a mesma coisa acontecendo no ânus! Pois é…. mais uma cânula sendo enfiada…

4. Sair de ambiente quentinho a 37 graus e cair no ar condicionado, ser colocado de ponta a cabeça e ainda tomar um tapa na bunda (manobra de Tobler – proscrita a vinte e cinco anos da prática médica mundial).

5. ainda na questão de ponta a cabeça… bebê esteve 40 semanas em média todo enroladinho no útero e de repente se vê esticadão e de ponta a cabeça…. Alguém topa ficar agachado por quase uma hora e levantar de uma tacada só? As costas dóem né? Nada como a analogia.

6. O cordão… hmmmm seu pulmão está imaturo, molhado, sem surfactante (líquido pulmonar que carregamos até a hora de morrer, que tem como função fazer o transporte do oxigênio do ar atmosférico para o sangue) e do nada corta-se o cordão obrigando aquele pulmão a funcionar sem preparo….

7. Quase um terço do volume sanguíneo que o bebê precisa para preenchimento do fígado e do baço para evitar anemia pós parto está no cordão ainda pulsante… São em cerca 45ml de sangue… Para a gente isso não é nada… mas para um recém nascido, é coisa pra caramba… E toma banho de sol, kanakion intramuscular para tentar corrigir algo que não precisaria ser corrigido.

8. Nitrato de prata – alguém experimentou soda cáustica no olho? Não dá nem pra imaginar né? Pois bem… a indicação seria apenas para bebês de partos vaginais que a mãe tivesse gonorréia e clamídia ativa. Mas é protocolo geral. Perguntem aos fofos G.O.! Arde como só, é cáustico. E lá vai o bebe receber isso tb!

9. O choro. Não sei da onde as pessoas passam a achar que grito de choro de um recém nascido é algo normal. Quanto maior o berro, melhor. “Nossa que pulmão hein?” – choro descontrolado só diz uma coisa: algo não está nos conformes. Não é bonito. Desconforto nunca é bonito! Bebês nascidos com dignidade até choram, mas é um choro muito, mas muito diferente…. mais para um gemido… Não é um choro gritado.

10. No útero estava tudo escuro. Já ficou no escuro por muito tempo? Os olhos doeram ou arderam quando tudo ficou claro de repente? O mesmo acontece com o bebê que aliás, nunca viu a luz. Alguém parou para pensar quão forte é a luz do foco cirúrgico? Agora imagina se o coitado ainda for para o banho de luz no berçário? Não quero nem pensar.

11. Como todos os animais mamíferos, no momento que nascemos procuramos o seio materno para mamar. É instintivo. Mas na cesárea não existe isso. Vai-se para a mesa de avaliação neonatal. Para todos os procedimentos acima descritos.

12. Vérnix caseoso: Bebês nascem com uma camada esbranquiçada que protege a pele do bebê. Não é para ser retirado. Ele será absorvido pela pele, tornando-a mais resistente ao contato atmosférico. Mas na mesa de avaliação neonatal, o bebê é esfregado vigorosamente para a retirada do vérnix. Advinha porquê? Bebês rosados e embalados são cosmeticamente mais bonitos. CREDO!

13. Bebês de cesáreas corre o risco sério de serem alimentados no berçário com complemento artificial e com água com glicose. Tá lá na prescrição de rotina do pediatra! E como a mamãe não foi ocitocinada pelo trabalho de parto, a apojadura (descida do leite materno) raramente é imediata pós nascimento. Mamãe sem leite, bebê com glicose.
A cesárea para algumas mulheres pode não ser dolorosa no pós parto. Mas para TODOS os bebês, são. Não existe mãe que se sinta confortável com o sofrimento de seu filho. Como então não ficar angustiada com a cascata de intervenções que os bebês sofrem no nascimento?

Claudia de Castro Alves - Psicoterapeuta, ampla experiência, no Brasil e na Europa.
Formada em Psicologia pela Universidade São Marcos em 1996, sempre estive em busca de um propósito maior, buscando o auto conhecimento e expansão da consciência. Encontrei este caminho na Naturopatia e nas Meditações, que me proporcionaram maior plenitude, bem estar, autoconhecimento e qualidade de vida. Assim, ao longo de vários anos, acumulei conhecimentos nesta área por meio de cursos, formações, especializações e trabalhos em grupo. Hoje compartilho todas as técnicas e conhecimentos adquiridos através dos atendimentos individuais, das palestras e workshops que ministro, no Brasil e na Europa, mesclando diferentes culturas. Especializações: • Rebirthing/Renascimento • Bioenergética (Alemanha) • Naturopatia • Medicina Nishi • Extra curricular: Escolas do Feminino na Europa e Budismo Tibetano.

Tel: 11 99999-2892
e-mail claudiacastro-alves@hotmail.com